claudemir pereira

Se a eleição fosse agora, mudaria o controle administrativo da Câmara

Foto: Renan Mattos (Diário)

O pacto que uniu PP, MDB, PSB, PDT e PSL e que elegeu João Ricardo Vargas (PP) à presidência da Câmara está ruindo. Há quem diga que isso já aconteceu. E a data marcada para o distrato oficial é conhecida: 30 de dezembro - dia da última sessão do ano, na qual uma nova Mesa Diretora será eleita.

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Há, aqui, duas questões a ser respondidas. Uma é por que tão cedo se percebe que carcomeram as estruturas do grupo que dirige o Legislativo. Outra: quais e quantos dissidentes haverá.

A primeira se explica, como disse um dirigente, pelos desgastes nas relações político-pessoais e, sobretudo, pelo desempenho contestado de alguns CCs nomeados e que não entregam o trabalho esperado.

Também se colocam nessa conta as desconfianças sobre as relações de vereadores que seriam de oposição "só no gogó". Nesse caso, há reconhecimento implícito de que a ação política do governo, enfim, deu resultado - ao contrário do que havia até aqui. Afinal, a ser correta a avaliação, provocou avarias no casco do navio adversário.

Militante graúdo de uma agremiação com acento na Casa chegou a enviar à coluna o "print" do Portal de Transparência, para provar o que dizia. Isto é, a cizânia causada pelo governo chega direto do documento oficial.

Sempre é bom lembrar ser este o retrato de hoje. E faltam quase quatro meses até a definição. Aliás, é o que chama a atenção: como foi possível tanta fissura em tão pouco tempo? E chega-se aí ao segundo ponto: quantos e quais se disporiam a trocar de lado?

Diz-se, e quem fala é articulado partícipe das discussões intra e extramuros do Legislativo, que o objetivo é contar com não mais que dois, quiça três, nomes "do outro lado". Um deles, confrontado pelo colunista, disse (e até escreveu, em suas redes sociais), em tradução livre claudemiriana, que "o que tiver de ser, será", sem afirmar.

No caso, aqui se fala em Luci Duartes, do PDT, convidada até a fazer parte do bloco "de oposição propositiva", que une PT e PC do B. Não respondeu. E talvez não responda. Mas o alinhamento, nos eventos recentes, é óbvio.

Que se diga, a só adesão da pedetista, se confirmada, já seria suficiente para mudar o quadro, numa proposta administrativa (e não política, dadas as óbvias divergências ideológicas) que uniria PSDB, PT, PC do B, DEM, Republicanos e... PDT.

Nesse momento, entraria o 12º edil (e voto). Que seria Adelar Vargas, do MDB. Este, embora talvez negue, estaria pra lá de inconformado com a forma de fazer política dos oposicionistas. A confirmar-se a posição dele (oficializada só em dezembro) seria, também, o desmantelamento, por dentro, do bloco hoje no controle do Legislativo.

Os nomes possíveis para presidir o Legislativo

Como você leu no texto que abre a página, parece evidente que as relações político-administrativas da atual Mesa Diretora da Câmara estão, digamos, carcomidas. E, isso é perceptível a olho nu, se a decisão fosse hoje, a troca de comando seria inevitável, com a dissidência de ao menos um, quem sabe dois, dos atuais fiadores do controle da Casa.

Diante disso, é óbvio também que já surgem os nomes possíveis para substituir o atual presidente, João Ricardo Vargas, do PP. E aqui são quatro citados pelas fontes ouvidas por este colunista.

Um seria Luci Duartes, do PDT. No entanto, não faria cavalo de batalha para assumir o posto, segundo foi possível apurar. A pedetista teria outras posições administrativas com que contar, se fosse o caso.

Outros três nomes são colocados como possíveis opções para dirigir o Legislativo, cada qual com suas virtudes e defeitos, tanto política quanto administrativamente. Consta que um dos interessados no posto seria o debutante na Câmara, o tucano Givago Ribeiro, do PSDB. Exatamente sua inexperiência parlamentar o desalojaria dessa possibilidade.

É evidente que, como em qualquer composição, pode surgir uma quinta opção, a depender das negociações em curso. Mas a aposta, meeeesmo, sobre o futuro presidente, se a votação fosse hoje, recairia sobre outros dois edis.

Um é o petista Valdir Oliveira, tido como político conciliador e capaz de unir até adversários, numa situação limite. O que talvez seja o caso neste momento das conturbadas lides parlamentares locais.

E outro seria Adelar Vargas, a confirmar-se sua dissidência do grupo hoje no poder. A seu favor há o bom mandato já feito, na legislatura anterior, e o trânsito também facilitado entre seus pares e o próprio governo.

Muito cedo para tratar do assunto? Claro que sim. Mas é (quase) só do que se fala no palacete da Vale Machado. Então...

Lista de pretendentes a vaga na Assembleia tem mais dois!

NO JOGO - E quando se imaginava que, se o PSDB santa-mariense colocasse algum candidato a deputado estadual em 2022, este seria Givago Ribeiro, vai que... Sim, com todos os seus direitos, quem está a se apresentar à disputa (interna, pelo menos), é o vereador Admar Pozzobom. E dá um carteiraço legítimo, por sinal. Afinal, afora estar na quarta legislatura, com sucessivas reeleições, o edil ampliou sua votação.

Já Ribeiro, que poderia (ou poderá) encarnar a novidade, tem contra si justamente a inexperiência política. O que, há quem diga, tende a fazer pender a decisão dos tucanos em favor de Admar. A ver.

DE NOVO - Depois da ressaca provocada pela derrota eleitoral, aparentemente o PSD volta a fazer política em Santa Maria. Além de ter renovado a Executiva, que mantém Hilton Ruoso Júnior na presidência até a metade de 2023, a agremiação já se prepara visando ao pleito do próximo ano.

Ao que tudo indica, a sigla apresentará candidato local apenas à Assembleia Legislativa. E o nome é o mesmo de 2018. No caso, Marion Mortari que, àquela época, por inelegível, teve todos os votos obtidos anulados. Não será o caso, agora, se ele for confirmado. Quanto à Câmara dos Deputados, o PSD vai mesmo é apoiar forasteiro(s).

LUNETA

SCHUCH, REITOR
A qualquer momento (é puro chute, claro, pois informação ninguém tem), o nome de Luciano Schuch será confirmado como próximo reitor da UFSM, e assumirá o lugar de Paulo Burmann no fim de dezembro. O interessante, e aqui não vai juízo depreciativo, é que de repente o atual vice virou palatável a um amplo conjunto ideológico. Quase se afirma, como alguém falou, que ele "é como nós".

SCHUCH, REITOR 2
O fato é que Schuch, mesmo afinado com Burmann, é obviamente diferente do atual reitor. O que significa outra postura, quando assumir. Daí a achar, porém, que tudo mudará, além de exagero, é ingenuidade. Sim, o futuro reitor tem claros compromissos com quem o elegeu (na pesquisa e, após, nos Conselhos) e irá cumpri-los. Até para ter uma gestão tranquila. O que é bom para todos: ele, a instituição e a cidade.

EIS O "AVÔ"
Poucos estão a reconhecer (e Luci Duartes é uma das exceções), mas o fato é que a luta para que o IPE seja o Plano de Saúde dos servidores municipais foi iniciada há 10 anos por um, então, solitário edil: Manoel Badke, do DEM. Que se diga: ele é o "avô" desta criança, pois agora o que não falta é pai (e mãe e contraparentes em geral). O que, cá entre nós, não é novidades nos costumes políticos vigentes.

ADVOGADOS
Após três mandatos e nove anos liderando a classe em Santa Maria, deixa o cargo até o final do ano o presidente da subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Péricles Lamartine Palma Costa. O pleito acontece em novembro e já há intensa movimentação nos bastidores. Ah, na última eleição, em novembro de 2018, três chapas se apresentaram, e Péricles obteve 40,1% dos votos.

PARA FECHAR
A decisão de Ricardo Blattes (PT), que renunciou à 2ª vice-presidência da Câmara, não tem precedentes, informa o bestunto-arquivo do escriba. Se houve, ficou bem lá no passado do esquecimento. Dito isto, e sem entrar no mérito, se é correta ou não, o fato é que a atitude expõe claramente um dissenso. E que, com o edil ou não, vai persistir ate a próxima eleição da Mesa. No mínimo.

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